De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), há uma grande disparidade entre os gêneros nos nascimentos que ocorrem todos os anos. A organização salienta que na espécie humana, o nascimento de bebês pende para o sexo masculino.
Essa não é uma tendência isolada, há décadas os dados mostram que mais meninos nascem em todo o mundo, se comparado a quantidade de meninas que nascem a cada ano.
Somente no Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou que em 2017 nasceram 1.473.166 homens, contra 1.400.998 mulheres. O número de nascimentos no ano foi de 2,87 milhões.
Desde 1838, quando o Reino Unido passou a registrar os dados, todos os anos foram registrados mais nascimentos de meninos do que de meninas, confirmando que essa é uma tendência mundial.
Há uma proporção de disparidade entre os nascimentos dos dois gêneros que é considerada normal. De acordo com pesquisadores, essa proporção equivale a 105 nascimentos de homens para cada 100 nascimentos de mulheres.
Contudo, essa disparidade é muito maior em países como a China e Índia, onde há diversos casos registrados de “abortos seletivos”, sendo que a preferência entre os pais nesses países é pelo nascimento de filhos homens.
Sabendo dessa disparidade de nascimento entre os gêneros, pesquisadores formularam algumas teorias para tentar explicar porque esse fenômeno acontece.
Evolução da espécie humana
A primeira explicação dada pelos pesquisadores é sobre a evolução da espécie. Todos os anos são registrados mais mortes de homens do que de mulheres. De acordo com a OMS, os homens correm mais risco de morrer por causas naturais do que as mulheres. Além disso, outros elementos externos podem aumentar ainda mais esse risco, como violência, acidentes, lesões e guerras.
Portanto, segundo a teoria dos pesquisadores essa seria uma forma de manter o equilíbrio entre os gêneros, garantindo assim a evolução da espécie.
Fenômeno no útero
Em busca de respostas, pesquisadores analisaram diversas amostras fornecidas por clínicas de fertilização e dados de abortos induzidos e naturais. A conclusão desse estudo revelou que há um fenômeno que ocorre na gravidez que favorece a gestação de meninos.
De acordo com o estudo, a gestação de meninos tende a se manter até o final com mais frequência do que de meninas, que correm um risco maior de aborto natural.
Influências durante a fecundação
Outra descoberta científica impressionante é que existem alguns fatores que podem fazer com que o óvulo seja fecundado por um cromossomo Y ou X. Durante a fecundação, a mulher pode doar apenas um de seus cromossomos, que é o X, enquanto que os espermatozoides carregam o outro cromossomo, que pode ser Y ou X. É a união desses dois cromossomos que resultam no sexo do bebê, sendo que XY é um menino e XX é uma menina.
A ciência revelou que fatores como ciclos de ovulação da mulher, idade dos pais e alimentação, podem influenciar na fecundação do óvulo por determinado cromossomo. Essa descoberta tem até mesmo ligação com a tabela chinesa, método usado popularmente para descobrir o sexo do bebê através do ano lunar da gestante.
Teorias populares sobre nascimento de menina e menino
Não é só a ciência que tenta explicar essa disparidade de nascimentos entre os gêneros. Há várias teorias populares que falam sobre fatores que influenciam na concepção de cada um dos gêneros.
De acordo com uma dessas crenças populares, há mais chances da fecundação de uma menina se a relação sexual ocorrer vários dias antes da ovulação. Já as chances da gravidez de menino aumentam quando a relação sexual ocorre bem próximo à ovulação.
A teoria popular explica esse fenômeno baseado na informação de que o cromossomo X é mais resistente que o cromossomo Y, porém, menos ágil. Por isso, pode sobreviver mais tempo dentro do corpo da mulher até que o óvulo esteja pronto para ser fecundado. Por isso, se a relação ocorrer alguns dias antes da ovulação, a tendência é de que os espermatozoides com cromossomo Y morram mais rápido do que os com cromossomo X, favorecendo a fecundação de uma menina.
Por outro lado, se a relação sexual ocorre pouco antes da ovulação há mais chance de que o óvulo seja fecundado por um espermatozoide com cromossomo Y, já que eles são mais ágeis do que os espermatozoides que dão origem à uma menina.
Portanto, a teoria popular explica que o nascimento de meninas e de meninos tem relação com a rotina de relação sexual do casal e com o período fértil da mulher. Essas teorias se tornaram tão populares que muitas pessoas tentam favorecer o nascimento de uma menina ou de um menino seguindo a crença de que poderá dar mais chances para determinado espermatozoide se tiver relações sexuais vários dias ou poucos dias antes da ovulação.
Contudo, não há nenhum dado científico que comprove ou traga algum respaldo para confirmar que essa teoria é verdadeira.
Tabela chinesa pode estar certa?
A tabela chinesa é uma crença popular chinesa que determina o sexo do bebê a partir da idade lunar da mãe e o mês de concepção. Usada na China por imperadores que queriam garantir sua linhagem tendo um filho homem para assumir o trono, a tabela se tornou popular e hoje em dia é facilmente encontrada na internet para a consulta de mamães e papais que anseiam por saber o sexo do bebê que está sendo gestado.
Considerando que a ciência descobriu que fatores como a idade dos pais pode influenciar na fecundação de determinado espermatozoide, algo que desperta a curiosidade é se a tabela chinesa realmente funciona.
A verdade é que ainda não existe uma comprovação científica de que teorias populares como a tabela chinesa realmente funcionam. Portanto, cientistas não podem afirmar que o método utilizado por imperadores chineses para favorecer o nascimento de meninos há milênios é verdadeiro.
Mesmo sem comprovação científica, a tabela chinesa ainda é bastante utilizada na China, devido à importância que os chineses dão ao nascimento de meninos. Já no ocidente, a tabela é utilizada principalmente por grávidas que desejam descobrir o sexo do bebê antes dos exames de pré-natal.
Todas as teorias levantadas por cientistas e por crenças populares sobre porque nascem mais meninos do que meninas, ainda não foram comprovadas. Por isso, ainda não há uma explicação definitiva. Contudo, os dados apontam que nascem mais meninos do que meninas há décadas no mundo todo.