Segundo Regulamento técnico da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o chá é definido como o produto constituído de uma ou mais partes de espécie(s) vegetal(is) inteira(s), fragmentada(s) ou moída(s), com ou sem fermentação, tostada(s) ou não, constantes de Regulamento Técnico de Espécies Vegetais para o Preparo de Chás. O produto pode ser adicionado de aroma e ou especiaria para conferir aroma e ou sabor1.
O chá verde é aquele que possui em sua composição a planta Camellia sinensis. Atualmente essa bebida caiu no gosto popular devido ao seu sabor e aroma característicos, além das propriedades benéficas conferidas pelos seus componentes flavonoides e catequinas, que apresentam uma série de atividades biológicas, antioxidantes, quimioprotetoras, termogênicas, anti-inflamatórias e anticarcinogênicas.
É cada vez maior o interesse pelo tratamento terapêutico contra a obesidade, e dessa forma, estão surgindo pesquisas sobre os potencias efeitos termogênicos de compostos como a cafeína e as catequinas, que são compostos que estão presentes no chá verde. Esses compostos em concomitância estimulam a termogênese e a oxidação de gordura corporal, reduzem a ingestão alimentar, a absorção lipídica, colesterol e triglicerídeos sanguíneos, e assim podem contribuir para uma perda de peso e melhora do perfil lipídico.
Torna-se evidente que o chá verde e seus componentes são eficazes para a prevenção e tratamento da obesidade e suas comorbidades, sendo uma alternativa de baixo custo, no entanto, não existem recomendações de uso e aplicações deste produto, nem se o mesmo deve ser utilizado como infusão das folhas, em cápsulas ou apenas seus compostos isolados; porém, alguns autores observaram que o consumo de 7 xícaras de chá verde por dia seria uma boa indicação para a prevenção de doenças cardiovasculares2. Em combinação com dieta e exercício físico equilibrados, esse consumo pode auxiliar no controle do peso e da composição corporal.
Não se pode deixar de enfatizar que são necessários mais estudos a fim de elucidar sobre a interação dos componentes do chá verde com os alimentos, os fatores antinutricionais, além dos potenciais efeitos adversos relacionados ao consumo do chá verde, bem como a definição da dose ideal de administração que não represente risco à saúde de seus usuários.
O emagrecimento eficaz requer a combinação de vários fatores, dentre eles a dieta hipocalórica, a realização de exercícios físicos regularmente e a mudança comportamental. O consumo do chá verde pode ser um aliado nessa missão, mas para usufruir dos benefícios é importante considerar alguns detalhes:
Quanto à forma de preparo: Deve-se esquentar a água até pouco antes da ebulição e despejá-la nas folhas de chá bem devagar e do alto, o que ajuda na redução do processo oxidativo.
A infusão deverá ficar abafada por um período de 2-3 minutos.
Quanto ao armazenamento: Não se recomenda que o chá verde seja armazenado por um longo período, pois ocorre perda dos compostos fenólicos.
Quanto ao consumo: O chá verde deve ser ingerido entre as refeições a fim de não interferir na biodisponibilidade dos nutrientes provenientes das grandes refeições.
Referências
- Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 277, de 22 de setembro de 2005. Regulamento Técnico para Café, Cevada, Chá, Erva-Mate e Produtos Solúveis. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 ago.2005.
- HERNARDEZ-FIGUEIROA, T., T; RODRIGUEZ-RODRIGUEZ, E.; SANCHEZMUNIZ, F. J. El té verde, uma buena elección para la prevención de enfermidades cardiovasculares. Archivos Latino Americanos de Nutrición, Caracas, v. 54, n. 4, p. 380-394, dez. 2004.
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