Muito se fala sobre as polêmicas fraudes no leite que ocasionalmente são noticiadas e justificadamente causam receio à toda população.
O leite é um alimento rico em proteínas de alta qualidade, carboidratos e gorduras, além de vitaminas e minerais. Devido ao seu valor nutricional esse é um alimento muito consumido mundialmente, e em decorrência dessa alta demanda este é muito propenso a fraudes que geralmente ocorrem objetivando ganho financeiro ou na tentativa de corrigir más condições de higiene durante o processamento, armazenamento, transporte e comercialização.
As fraudes no leite podem ser por alteração intencional na composição, falhas na pasteurização, mistura de espécies diferentes de leite ou fraudes de rotulagem.
A fraude mais comum por alteração intencional na composição corresponde à adição de água ou soro de queijo, de modo a aumentar o volume de leite. No que diz respeito à fraude mais preocupante podemos citar a adição de compostos com o objetivo de aumentar a durabilidade do leite, adicionando por exemplo, a soda cáustica, que neutraliza a acidez do leite, mascarando assim más condições de higiene ou armazenamento e transporte; ou formol e peróxido de hidrogênio (água oxigenada) que são adicionados com o intuito de inibir o crescimento microbiano.
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Outros tipos de fraudes que podem ocorrer, dizem respeito à adulteração do leite de espécies de preço mais alto (cabra, ovelha búfala),misturando leites de maior disponibilidade e preço mais baixo. Podem ocorrer ainda, fraudes nos rótulos ao se fazer falsas alegações, ocultação de ingredientes, etc. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) rotineiramente realizam testes para avaliar a qualidade e composição do leite. Antes de adquirir um produto é importante conferir se na embalagem consta o seguinte selo:
Este selo indica que o produto foi aprovado pelo Serviço de Inspeção Federal, também conhecido pela sigla S.I.F., que é um sistema de controle brasileiro que avalia a qualidade na produção de alimentos de origem animal, comestíveis ou não.
A fim de sanar um dos questionamentos mais comuns no que diz respeito ao consumo de leites industrializados, pode-se dizer que não é um procedimento corriqueiro a adição de conservantes para tornar um leite “longa vida”; visto que uma pasteurização correta já é suficiente para manter o alimento livre de micro-organismos patogênicos e deterioradores.
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Adulteração pode ocorrer em qualquer produto alimentício de procedência não confiável, por isso é essencial que saibamos selecionar um produto de qualidade. Fraudes podem ocorrer independente da embalagem onde o leite é comercializado, visto que a adulteração ocorre antes do processo de envase. Desse modo, até mesmo o leite cru vendido nos comércios locais e idolatrado por muitos, é passível e muito mais comum de ser adulterado. A venda de leite cru é proibida no Brasil por meio do Decreto nº 923/1969, sendo assim a aquisição desse alimento de forma clandestina é a forma mais arriscada no que diz respeito à saúde.
O principal antídoto para evitar o consumo de alimentos potencialmente prejudiciais à saúde sempre será a informação; por isso não se intimide e sempre vá atrás do máximo de conhecimento sobre aquilo que nos é oferecido.