Três barragens de mineração no município de Pontes e Lacerda, em Mato Grosso, foram interditadas pela Agência Nacional de Mineração nesta quinta-feira (23) por risco iminente de rompimento. As barragens Campos, Berion e Elvo-1, todas da Cooperativa de Garimpeiros de Pontes e Lacerda (COMPEL), sofreram ações emergenciais da ANM após a emissão e alerta pelo Sistema Integrado de Gestão de Barragens de Mineração (SIGBM). O empreendimento foi obrigado a realizar obras para a redução do risco de ruptura.
O alerta do SIGBM aconteceu na última terça-feira (21), quando as barragens Campos e Berion entraram em nível 1 de emergência. As equipes de barragens da ANM de Brasília e Mato Grosso foram imediatamente ao local e encontraram várias anomalias, como erosões, surgências nos taludes, trincas, abatimentos e borda livre deficiente.
“Na Barragem Campos, o que mais chamou atenção e mereceu ação imediata foi uma linha de saturação no talude de jusante, que se estendia por cerca de 180 metros. A anomalia, se não tratada, fatalmente resultaria em rompimento da estrutura”, afirma o gerente de Segurança de Barragens da ANM, Luiz Paniago.
Durante a vistoria de emergência, a Barragem Elvo-1, localizada no mesmo empreendimento, também apresentou anomalias significativas que elevaram sua classificação da categoria de risco da barragem para alta. Nas barragens Berion e Elvo-1, foram identificadas trincas profundas e erosões nos taludes de jusante, sendo que na Berion não havia borda livre operacional adequada.
Como medida mitigadora, a ANM exigiu ainda que fossem instaladas imediatamente bombas de alta performance, para reduzir o nível de efluentes do reservatório, e que fossem realizadas obras de reforço e adequação técnica de drenagem da estrutura, sob supervisão do responsável técnico habilitado. Adicionalmente, como medida preventiva, foi interditada também uma frente lavra do empreendimento mineiro, situada imediatamente a jusante da barragem Campos.
“Os alertas do SIGBM nos ajudam a gerenciar as 94 barragens de mineração cadastradas no estado do Mato Grosso. Sem esse recurso tecnológico, dificilmente conseguiríamos chegar a tempo na estrutura e mitigar o risco e suas consequências”, explica o chefe do Serviço de Segurança de Barragens de Mineração da ANM no estado do Mato Grosso, Márcio Amorim.