Vivemos em uma sociedade cada vez mais preconceituosa, com relação aos mais diversos aspectos. Dentre um dos preconceitos mais comuns que podemos presenciar está a gordofobia.
A gordofobia pode ocorrer nas esferas afetiva, social e profissional e trata-se de um tipo de preconceito e de discriminação que acaba culminando em situações degradantes e constrangedoras que marginalizam a pessoa gorda, nega acessibilidade e leva à exclusão social.
O preconceito contra a obesidade compromete as relações sociais e a saúde mental. Alguns estudos apontam que crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade que foram vítimas de bullying tem tendência significativamente maior de sofrer com ansiedade, baixa autoestima, estresse, isolamento, compulsão alimentar e depressão quando comparados com adolescentes magros.
Embora a gordofobia não esteja tipificada na lei, ela se enquadra nos danos morais, que é quando a ação causa algum abalo psicológico. Se os critérios que definem um ato gordofóbico ainda não são tão claros torna-se crucial pra nós, enquanto sociedade, lutar bravamente contra esse preconceito, seja no trabalho, nas relações sociais e, principalmente, entre as crianças e os adolescentes, orientando-os como identificar um comportamento gordofóbico e a buscar ajuda ao sofrer algum tipo de assédio; além disso, jamais encarar como natural ou reproduzir esse tipo de comportamento.
Infelizmente a gordofobia é tão frequente na sociedade que às vezes podemos ter comportamentos gordofóbicos sem perceber; como, por exemplo, quando se presume que a pessoa que está acima do peso é alguém que tenta emagrecer, mas está fracassando; quando utilizamos frases como “você ficou mais bonito quando emagreceu”. É importante desassociar a beleza da magreza, visto que devido a essa ideia de que corpo bonito é o corpo magro, muita gente perde peso de forma pouco saudável, como consequência de distúrbios alimentares ou depressão, por exemplo.
Para vencer a gordofobia ou qualquer outra discriminação é essencial que se busque fortalecer a autoestima, o que possibilita que se note que nosso valor vai muito além da aparência física. No entanto, não podemos nos esquecer de cuidar da saúde, pois uma alimentação saudável e a prática regular de atividade física são essenciais para a qualidade de vida, visto que proporcionam melhora da autoestima e sensação de bem estar; não devendo nunca estarem associadas exclusivamente a perda de peso e obtenção de um corpo rotulado como perfeito.