As Grandes Navegações marcaram o processo de mudanças responsável pelo início da Idade Moderna. Além disso, nesse período o movimento cultural e intelectual conhecido como Renascimento, despertou a liberação dos prazeres, dentre eles o prazer gastronômico.
A descoberta oficial da América, bem como as outras viagens realizadas por Cristóvão Colombo, possibilitaram a obtenção de novos ingredientes de cozinha. Como exemplos de alimentos provenientes da América podemos citar o tomate, batata, abacaxi, abacate, amendoim, baunilha, milho, mandioca, feijão e pimentas.
Os cereais eram bastante valorizados, enquanto os tubérculos, principalmente a batata, foram desvalorizados pelos europeus, sendo utilizada para alimentar porcos, prisioneiros e camponeses pobres. O milho, quando introduzido na Europa, também foi utilizado pelas camadas sociais mais pobres. Dessa forma, o milho e a batata foram os alimentos mais significantes para a população menos favorecida em recursos alimentares, enquanto o cacau, a baunilha e o tomate marcavam presença à mesa dos ricos.
A agricultura que antes era de subsistência, passa a ter fins comerciais. E surge o açúcar, sendo chamado de “ouro branco”, sendo restrito às elites. Já na idade contemporânea a agricultura de mercado continuou crescendo passando a ser cultivada e consumida uma variedade cada vez maior de frutas e verduras ocorrendo, nesse período, a popularização do açúcar, e um aumento no consumo de ovos e gorduras, tanto de origem vegetal quanto animal.
Fatores como desigualdade econômica, condições climáticas, além dos costumes religiosos e da educação alimentar influenciam nos padrões de consumo.
Pode-se notar o quanto as diferenças de recursos interferem na disponibilidade de alimentos, do mesmo modo, pode-se perceber que, mesmo nos dias atuais, regiões mais desenvolvidas consomem diferentes proporções e tipos de alimentos, se comparadas àquelas em desenvolvimento.
Nas áreas desenvolvidas predomina-se o consumo dos alimentos de origem animal, variados tipos de vegetais, frutos, açúcares e bebidas, enquanto naquelas em desenvolvimento são consumidas grandes quantidades de cereais e o consumo de vegetais e frutas é menor do que nos países desenvolvidos, sendo o consumo de alimentos de origem animal bastante reduzido.
A baixa disponibilidade de alimentos em países em desenvolvimento é muitas vezes acompanhada de alta desnutrição e fome. Enquanto o crescimento demográfico, industrialização, urbanização, mudam o estilo de vida e favorecem o sedentarismo, possibilitando problemas de saúde como a obesidade, a hipertensão e alguns tipos de câncer.
Ao longo da história os hábitos alimentares sofreram consideráveis mudanças até chegar aos dias de hoje, quando, em geral, a alimentação é pobre em fibras, rica em açúcar e farinha refinada. No entanto, mudanças acontecem a todo o momento, dessa forma, sempre é tempo para que sejam feitos esforços para que o acesso a uma alimentação nutricionalmente adequada e sustentável se torne um padrão.