O guia alimentar para a população brasileira1 abrange a alimentação e sua relação com a saúde e o bem-estar, levando em conta nutrientes, alimentos, combinações de alimentos, preparações culinárias e as relações culturais e sociais envolvidas nas práticas alimentares. Este guia oferece recomendações para promover a alimentação adequada e saudável e, nessa medida, acelerar o declínio da desnutrição e reverter as tendências desfavoráveis de aumento da obesidade e de outras doenças crônicas relacionadas à alimentação.
O guia alimentar1 preza pela autonomia das escolhas alimentares, incentivando que o indivíduo decida o que mais se adequa ao seu estilo de vida e assim crie hábitos saudáveis sem prejudicar seus costumes.
De modo a proporcionar hábitos alimentares saudáveis são oferecidas 10 valiosas dicas:
- Utilize alimentos in natura ou minimamente processados como a base de sua alimentação.
Alimentos in natura ou minimamente processados são a base ideal para uma alimentação nutricionalmente balanceada, saborosa, culturalmente apropriada e promotora de um sistema alimentar social e ambientalmente sustentável.
2) Utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias.
Desde que utilizados com moderação em preparações culinárias, óleos, gorduras, sal e açúcar contribuem para diversificar e tornar mais saborosa a alimentação sem torná-la nutricionalmente desbalanceada.
3) Limite o uso de alimentos processados, consumindo-os, em pequenas quantidades.
Os ingredientes e métodos usados na fabricação de alimentos processados alteram de modo desfavorável a composição nutricional dos alimentos dos quais derivam.
4) Evite alimentos ultra processados.
Devido a seus ingredientes, alimentos ultra processados (biscoitos recheados, salgadinhos de pacote, refrigerantes, macarrão instantâneo, etc.) são nutricionalmente desbalanceados, por isso prefira sempre alimentos in natura ou minimamente processados e preparações culinárias, em vez de industrializados e preparações prontas para o consumo.
5) Coma com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia.
Procure fazer suas refeições em horários semelhantes todos os dias e evite “beliscar” nos intervalos entre as refeições. Coma sempre devagar e desfrute do que está comendo, sem se envolver em outra atividade. Sempre que possível alimente-se em companhia, aumentando assim o prazer associado à refeição. .
6) Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados.
Dê sempre preferência a legumes, verduras e frutas da estação e produzidos localmente o que pode inclusive reduzir os custos. Procure dar prioridade a alimentos orgânicos da agricultura familiar.
7) Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias.
Valorize o ato de preparar e cozinhar alimentos, de modo a evitar a aquisição do hábito de consumir alimentos industrializados;
8) Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece.
Para reduzir o tempo dedicado à aquisição de alimentos e ao preparo de refeições, planeje as compras, organize a despensa, defina com antecedência o cardápio da semana, aprenda novas técnicas culinárias e faça com que todos os membros de sua família colaborem nas atividades domésticas relacionadas à alimentação.
9) Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora.
No dia a dia, procure locais que servem refeições preparadas e servidas na hora e a preço justo, evitando as redes de fast-food.
10) Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais.
A principal função da publicidade é aumentar a venda de produtos, portanto, avalie com crítica o que você lê, vê e ouve sobre alimentação em propagandas comerciais e estimule outras pessoas, particularmente crianças e jovens, a fazerem o mesmo.
Em resumo pode-se dizer que para se ter uma alimentação saudável é necessário que sejam consumidos representantes de todos os grupos de alimentos e da forma mais natural possível ;dando sempre atenção especial aos cuidados com os alimentos consumidos, pois alimentos não corretamente higienizados, utensílios sujos, insetos e as próprias pessoas podem ser fontes de contaminação. Para assegurar a qualidade da alimentação e evitar riscos de infecções ou intoxicações, os alimentos devem ser escolhidos, conservados e manipulados de forma correta. Uma alimentação saudável vai além de fazer refeições nutricionalmente balanceadas; é imprescindível que o ato alimentar seja prazeroso e seguro, pois, mais do que para satisfazer uma necessidade fisiológica, a alimentação é também uma forma de se socializar.
*Texto baseado no guia alimentar para a população brasileira1.
Referencia
1.Guia alimentar para a população brasileira.2.ed.Brasília:Ministério da Saúde,2014.